O MITO DO MARQUÊS DE POMBAL Filopombalismo e Anti-pombalismo na Mitificação do Primeiro-Ministro de D. José
Autores: Annabela Rita e José Eduardo Franco
Data de publicação: maio de 2015 (2.ª edição)
Sinopse Pode dizer-se que o mito faz parte da História, mas não é História. E como tal pouco ou nada contribui para responder à dupla questão – Quem foi Pombal? Qual o significado da sua ação política? – se bem que incite à reflexão sobre o significado histórico da génese do mito e da sua permanência. A presente obra explora as várias facetas míticas de Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, o Primeiro-Ministro de D. José I, como a sua visão liberal e supostamente maçónica, e como paladino das ideologias socio-políticas mais avançadas do presente, e que fica brutalmente desmitificada por essa outra imagem do “déspota” Pombal, “mestre do terror, da tirania e da opressão”.
AS METAMORFOSES DE UM POLVO Religião e Política nos Regimentos da Inquisição Portuguesa (Sécs. XVI-XIX)
Autores: José Eduardo Franco e Paulo de Assunção
Data de publicação: maio de 2015 (2.ª edição)
Sinopse Esta obra pretende oferecer aos leitores um conhecimento da origem e evolução do Tribunal do Santo Ofício e das disposições legais que regulamentavam os seus procedimentos judiciários, bem como compreendê-las num quadro complexo de interesses e de ideários religiosos e políticos misturados com estratégias económicas. Aos investigadores que se dedicam ao estudo deste campo da História e do Direito, este livro pretende disponibilizar os cinco regimentos da Inquisição, mais um último projeto de regimento elaborado no reinado de D. Maria I, aqui editados com ortografia atualizada e estudados numa perspetiva comparativa.
O PADRE ANTÓNIO VIEIRA E AS MULHERES O Mito Barroco do Universo Feminino
Autores: José Eduardo Franco e Maria Isabel Morán Cabanas
Data de publicação: maio de 2015 (2.ª edição)
Livro distinguido com o PRÉMIO MONOGRAFIA da Sociedade Histórica Da Independência De Portugal.
Sinopse Estamos perante um livro fascinante que nos propõe uma viagem ao universo do barroco ibérico para observarmos criticamente as representações contrastantes da mulher. Neste estudo, de uma época cultural que é ponto de chegada da grande construção ocidental do mito da mulher, os autores focam a atenção particular e demorada na floresta imensa do sermonário do Padre António Vieira e na forma como o pregador de Seiscentos configura as imagens em torno do universo feminino, recebendo, reproduzindo e reelaborando a herança cultural e mental da compreensão da mulher e do seu lugar na sociedade. O livro demonstra que o genial e desconcertante Padre António Vieira é irremediavelmente filho do seu tempo, embora em alguns aspetos acabe por surpreender-nos com algumas observações no que ao género feminino diz respeito.
Sinopse Este volume de ensaios recolhe 13 textos sobre o diálogo entre escrita e dança, explorando a forma como estas expressões artísticas se interligam. São ainda abordadas matérias ligadas à origem da escrita e a sua relação com o corpo e a imagem, ao reflexo da melancolia em obras de natureza e épocas distintas (da Idade Média à contemporaneidade), ao diálogo entre poesia e prosa, à filosofia hermética e à psicanálise como eventuais «métodos literários». A aglomeração de saberes e artes na construção romanesca ou poética, bem como a vivência poliédrica, interessaram à ensaísta enquanto temas de reflexão. São analisadas, entre outras, obras de autores tão diversificados como Fernando Pessoa, Rainer Maria Rilke, Yvette K. Centeno, António Vieira, Ana Hatherly, Armando Silva Carvalho, Clarice Lispector, Julia Kristeva, Louise Bourgeois, Mário de Sá-Carneiro, Maria Teresa Horta, Sophia de Mello Breyner, Herberto Helder e Vasco Graça Moura. O conjunto destes ensaios resulta do trabalho de alguém que se dedicou, durante mais de vinte anos, à crítica literária, de dança e de artes plásticas, tentando decifrar algumas (im)possíveis ressonâncias de sentido no plano da construção textual e simbólica. Ver mais | Comprar ebook
CONTOS DE SER-AÍ
Autor: Fernanda Santos
Data de publicação: maio de 2015
Sinopse Os Contos de Ser-Aí partem do conceito de Ser-Aí-no-Mundo (Dasein), nunca perdendo de vista a questão essencial da vida de todos nós, o que é ser? – mas especialmente – o que é ser-aí? «Confrontadas com um mundo em perpétua mudança, as personagens também vivem a angústia que reconecta o homem com seu ser-para-a-morte e faz com que se relembre da sua incontornável condição de Ser-aí. […] Espero que as personagens dos Contos de Ser-Aí mostrem como no tempo é que o Ser-aí pode se projetar, só no tempo se podem confrontar com o mundo em busca de seu projeto, só no tempo, e na consciência do tempo e na certeza da morte é que podem reencontrar o sentido de seu Ser-aí para além de toda ilusão ou esquecimento.» Ao longo de 10 contos, Fernanda Santos percorre a angústia das suas personagens, limitadas pelo seu contexto familiar, social e religioso, refletindo sobre as diretrizes e as motivações que guiam as suas vidas e, principalmente, sobre um determinismo que se enraíza nas suas existências no mundo.
O COLÉGIO DA BAHIA: Uma (Quase) Universidade na América Portuguesa (1556-1763)
Autor: Fernanda Santos
Data de publicação: 2015
Sinopse A historiadora Fernanda Santos oferece o retrato mais completo alguma vez produzido do Colégio jesuítico da Bahia, instituição central da História do Ensino e da Cultura no Brasil colonial. Ver mais | Comprar ebook
ENSAIOS DE CULTURA
Autor: Ernesto Rodrigues
Data de publicação: 2016
Sinopse Os 21 Ensaios de Cultura (1977-2015) assentam na complementaridade entre historiador e analista da cultura face a conjuntos culturais diversos.
GUERRA JUNQUEIRO NA LUSOFILIA FRANCESA Traduções (poesia)
Autor: Henrique Manuel Pereira
Data de publicação: 15 julho de 2015
Sinopse Este livro, deliberadamente circunscrito às relações de Guerra Junqueiro com os lusófilos e tradutores franceses, constitui o mais exaustivo trabalho de arqueologia literária e de fixação de memória. Desmonta a convicção vigente de que a figura e obra poética de Guerra Junqueiro nunca penetrou ou teve eco no meio cultural em França.
AS CHAVES PARA O MUNDO DO QUINTO IMPÉRIO: As Imagens de mundo na História do Futuro do Padre Antônio Vieira
Autor: Gil Eduardo de Albuquerque Macedo
Data de publicação: 2016
Sinopse Em As Chaves para o Mundo do Quinto Império: As Imagens de Mundo na História do Futuro do Padre Antônio Vieira, Gil Macedo apresenta as obras proféticas de António Vieira no seu contexto cultural e pessoal de criação, e na caracterização dos seus objetivos, interligando teologia, retórica e política.
PADRE ANTÓNIO VIEIRA O Imperador da Língua Portuguesa
Autores: José Eduardo Franco e Maria Manuel Baptista
Data de publicação: 2016 (2ª edição)
Sinopse: À luz do lançamento da Obra Completa do Padre António Vieira, a Theya Editores, com a colaboração da equipa que preparou a obra completa do jesuíta, apresenta a reedição de Padre António Vieira - O Imperador da Língua Portuguesa.
Autores: José Eduardo Franco, Junta de Providência Literária, Marquês de Pombal e Sara Marques Pereira
Data de publicação: 2017 (2ª edição)
Sinopse: Publicado em 1771, ainda em pleno consulado pombalino, o "Compêndio Histórico" representa a primeira denúncia oficial, extremamente violenta, da decadência a que chegou, já na segunda metade do século XVIII, a Universidade portuguesa.
Sinopse: This book, Peripheral Identities - Iberia and Eastern Europe between the dictatorial past and the European present, fills up the research gap on mutual readings and comparisons between Slavic and other Eastern European countries, on the one hand, and the Iberian nations, on the other hand.
DOIS EXERCÍCIOS DE IRONIA Defesa da Carta Encíclica de Pio IX de Antero de Quental e Contra os Jesuítas de Sena Freitas
Autores: José Eduardo Franco e Luís Machado de Abreu
Data de publicação: 2017 (2ª edição) Sinopse: Dois Exercícios de Ironia, edição crítica e anotada dos textos de Antero de Quental e José de Sena Freitas, explora os contextos e os significados das palavras de ambos os autores e analisa o seu poder de ironia no tratamento dos temas religiosos mais agudos do seu tempo. Segunda edição revista e atualizada.
Sinopse: O livro que o leitor tem entre mãos resulta de um conjunto de reflexões apresentadas e debatidas no primeiro congresso de Cultura Madeirense. Este encontro científico, onde intervieram grandes especialistas de várias áreas científicas, pretendeu promover o debate em torno da realidade cultural da Madeira e do seu estatuto em termos de diferenciação identitária no contexto do projecto autonómico em curso.
A INFLUÊNCIA DE JOAQUIM DE FLORA EM PORTUGAL E NA EUROPA Escritos de Natália Correia Sobre a Utopia da Idade Feminina do Espírito Santo
Autores: José Eduardo Franco e José Augusto Mourão
Data de publicação: 2017 (2ª edição) Sinopse: Joaquim de Flora situa-se no contexto teológico-social, de sentido profético, da época medieval. O sentido das Sagradas Escrituras, a leitura que fez da História, à luz da doutrina das Três Idades (a do Pai, a do Filho e a do Espírito Santo), a vigência de um Evangelho Eterno, permitem hoje considerar Joaquim de Flora, o Abade Cistercience Calabrês, como o primeiro a apresentar a História da Igreja, e da Humanidade, na compreensão da revelação e do conhecimento de Deus.
NOVOS DIREITOS URBANOS Necessidades Humanas que nascem nas cidades
Coordenador: Leonardo Fernandes dos Anjos
Data de publicação: 2017 Sinopse: Esta publicação resulta da coordenação de esforços de pessoas que são entusiastas da busca pelo bem viver nas cidades e que, por isso, atenderam à convocação para participar do desafio de escrever textos de conteúdo jurídico transdisciplinar sobre esse novo conjunto de direitos decorrentes das atuais necessidades que surgem da vida em ambiente urbano e dos interesses legítimos dos cidadãos que, organizando-se, podem alcançar melhorias da qualidade de vida do seu local.
Data de publicação: 2017 Sinopse: «Essa história das ideias de Europa nos últimos séculos é feita de forma magistral nesta obra que resulta de uma aturada tese de doutoramento preparada por Isabel Baltazar. Na longa duração, atravessando correntes literárias e culturais, regimes políticos e contextos de paz e de guerra, esta estudiosa, formada em Filosofia e mestre em História das Ideias, oferece-nos uma verdadeira cartografia, uma espécie de enciclopédia analítica da génese e evolução do modo como a Europa foi observada, interpretada e querida ao longo do século XIX e XX na cultura portuguesa.» (Apresentação, José Eduardo Franco)
O MARQUÊS DE POMBAL E O PERDÃO AOS JUDEUS Inquisição, Legislação e a Questão do Perdão aos Judeus com o Novo Enquadramento Jurídico Pombalino
Autor: Paulo Mendes
Data de publicação: 2017
Sinopse: Com efeito, Pombal concedeu aquilo a que Paulo Mendes chama, na sua cuidadosa e inovadora investigação aqui publicada em livro, o “perdão aos judeus”, querendo dizer que teve a visão de acabar com séculos de estigmatização das minorias religiosas judia e islâmica numa sociedade cristã. Fê-lo, é certo, por estratégia política, mas também à luz dos valores iluministas que tinham como horizonte o ideal da universalidade e da atenção à diversidade do género humano nas suas diferentes expressões. Ver Mais | Comprar Ebook
O NEGATIVO A importância do conceito na cultura e na história Autor: João Maurício Brás Data de publicação: 2017 Sinopse: João Maurício Brás oferece-nos nesta obra uma reflexão filosófica e cultural sobre o campo do negativo como uma dimensão fecunda para a compreensão da totalidade das derivas da história humana. Sem a perspetiva do negativo, não se pode compreender de que modo muitas dinâmicas surgem e se plenificam.
O PODER DO HUMOR Do Quotidiano à Prática Clínica
Autor: Manuel Oliveira Carreira
Data de publicação: 2018
Sinopse: O humor é filho da inteligência, se for, como se deseja, um humor inteligente. Os romanos diziam que rir e humorizar é uma forma de denunciar os maus costumes. Hoje podemos ir mais longe e considerar que o humor é uma forma de terapia psicossomática, que psicólogos e psiquiatras recomendam aos seus pacientes. Este interessantíssimo livro do psicólogo Manuel Carreira constitui uma excelente proposição disto mesmo. O humor pode apresentar-se como um remédio para muitos males que se geram na nossancabeça, ou seja, no nosso matutar e cismar, e que acabam por ter reflexos psicossomáticos graves. Esta é uma obra bem fundamentada e demonstrada pela prática clínica de muitos anos de consultoria e orientação por parte de Manuel Carreira, que pode ser lida com proveito quer por especialistas, quer pelo público em geral.
PORTUGUESE AND INTERNATIONAL RELIGIOUS ORDERS AND CONGREGATIONS A Contemporary Approach
Coordenadores: Luís Machado de Abreu, Susana Mourato Alves-Jesus e José Eduardo Franco
Data de publicação: 2018
Sinopse: The history of the religious Orders coincides with almost half the history of Portugal and a significant part of the history of Europe, representing a momentous presence and a significant influence in human history; especially since the globalization process initiated by the Portuguese and the Spanish maritime expeditions in the early modern age. This volume bring together a number of qualified studies presenting a multifaceted history of the Orders: theology, spirituality, evangelization, catechesis, liturgy, politics, education, art, solidarity, culture, political controversy, social communication, etc. Experts and researchers from different countries and disciplines present here their ground-breaking and comprehensive work on the religious Orders and Congregations, allowing us to better know and understand the formation, institutionalization and extraordinary influence of these institutions through the centuries and in different parts of the globe.
Sinopse: Sob a perspectiva privilegiada do sempre tão complexo diálogo luso-brasileiro, este ensaio faz um breve mapeamento político-cultural das últimas décadas do século XIX e, sobretudo, das primeiras do século XX, em torno às relações políticas entre a proclamação da república no Brasil dos anos de 1889 e a proclamação da república em Portugal em 1910. Depois de plurívoca avaliação da “questão republicana” nos dois países, pontuando antecedentes e consequências de 1889 e de 1910, a ensaísta desvela fios que revestem as relações luso-brasileiras do período recortado (e não só...): a imigração, as diretrizes da política internacional e as nuances entre o nacional e o colonial. Ao fim, desenha os aportes trazidos pelos estudos literários ao painel oitocentista/novecentista que nos pôs ante os olhos.
METAMORFOSES DA IDENTIDADE NACIONAL DE PORTUGAL ATRAVÉS DA LITERATURA DA PENÍNSULA IBÉRICA DOS SÉCULOS XIX E XX
Autora: Barbara Jursic
Sinopse: Tentamos mostrar, na base de uma análise empírica e comparativa, quanto e em que medida os mitos, ou seja, os heróis mitificados, nos quais a identidade portuguesa foi construída, influenciaram a literatura portuguesa desde os textos medievais, ao renascimento e ao romantismo e até a literatura moderna, sobretudo de Saramago. Dedicámo-nos a estudar a relação entre a literatura e a comunidade e reflectimos sobre a influência do estrangeiro e a fenomenologia do Outro (pessoa, nação, alteridade), servindo mutuamente de espelho. As unidades geográficas e políticas Portugal e Espanha transformam-se em um espaço literário e pessoal, onde as paisagens exteriores passam para as interiores.
Organização: Mariana Janaina dos Santos Alves e Fernanda Santos
Sinopse: A obra Vozes da Negritude: Identidade e Cultura reúne um conjunto de textos e é fruto de um denodado trabalho de extensão, intitulado Vozes da Negritude: contextualização crítica, performance e interpretação na poesia brasileira e africana, proposto pela Prof.ª Mariana Janaina dos Santos Alves, atualmente professora da Universidade Federal do Amapá, no Campus Binacional Oiapoque. A proposta reúne vários estudiosos em torno de um mesmo assunto - as vozes submersas, veladas, apagadas, que vêm de África e do Brasil. Ryana Gabech de Oliveira, Annabela Rita, Mariana Janaina dos Santos Alves, Fernanda Santos, José Guilherme dos Santos Fernandes, abordam, através dos seus artigos, um largo espectro de questões, no que tange à Negritude, às narrativas indígenas, às literaturas africanas e brasileiras, fruto de trabalhos de pesquisa histórica e literária. Publicado, originalmente, na Autografia (editora da Universidade Federal do Amapá), o projeto contou com participações de pesquisadores do Brasil e de Portugal. Agradecemos o interesse da Theya editora em republicar a obra em Portugal, de forma a chegar a um público (académico e não académico) mais amplo.
Os Discursos de Duarte de Sande em Louvor da Rainha Santa Isabel
Autor:Mário Magalhães Lopes da Silva
Sinopse: Esta publicação apresenta a primeira edição crítica, com introdução, tradução e notas, de dois discursos latinos em louvor de Santa Isabel, compostos e proferidos, respectivamente em 1572 e 1574, por Duarte de Sande, Mestre de Retórica do Colégio das Artes de Coimbra, que se tornou depois o primeiro Reitor do Colégio de S. Paulo de Macau. Nestes discursos anteriormente desconhecidos, o orador demonstra não só a sua eloquência latina, os seus saberes teológicos e a sua erudição clássica, mas também destaca a Rainha Santa Isabel como modelo de virtudes para os Jesuítas portugueses.
Organização: José Eduardo Franco, Maria Regina Barcelos Bettiol, Karl Heinz Arenz e Luiz Eduardo Oliveira
Data de publicação: 2020
Sinopse: O conjunto de estudos que nos é dado a ler neste livro confirma uma hipótese historiográfica que nós - os especialistas na história da Companhia de Jesus na época moderna - formulámos diversas vezes nos diversos encontros científicos promovidos para assinalar o bicentenário da "restauração" da Companhia em 1814: que um dos principais benefícios da abertura de um vasto campo de investigação sobre a "nova Companhia" seria a redescoberta do século XVIII jesuíta. [...] Esta obra compõe-se de duas dezenas de artigos devidamente documentados, completados por um elenco bibliográfico substancial. Trata-se, pois, de um verdadeiro instrumento de trabalho para estudar o século XVIII jesuíta. Destaco dois aspetos dominantes. O primeiro é o papel da atividade americana - e mais especificamente brasileira, no quadro desta coletânea essencialmente luso-brasileira - da Companhia de Jesus na prossecução de uma dinâmica de conhecimento muito para além das figuras célebres dos séculos XVI e XVII, de Clavius a Kircher: os jesuítas praticavam medicina no contexto da classificação das espécies tropicais, estudavam geografia no contexto do seu envolvimento no trabalho de definição das fronteiras. O segundo aspeto é a importância da Companhia depois da Companhia, quando, no termo de uma evolução de mais de dois séculos, esta Ordem, na qual a escrita tem desde os inícios um lugar central (pela correspondência, a historiografia, a controvérsia etc.) mas vassalo, submetida a uma dupla autoridade, institucional e espiritual, se torna finalmente uma espécie de confraria de autores, refugiados nas pequenas cidades dos Estados pontifícios e dedicados à produção de um monumento de papel que não cessa de escrever (e reescrever) a história da Companhia de Jesus e a história do mundo: Benardi Ibanez de Echavarri, João Daniel, David Fáy, José Manuel Peramas e muitos outros, que encontraremos ou descobriremos nestas páginas, porque muitos deles deixaram obras manuscritas, escritas no duplo exílio da expulsão e depois da supressão. Todos são, é certo, vítimas de uma evolução histórica de que nós próprios somos herdeiros: a constituição do Estado-nação (em que se destacou o Marquês de Pombal, outra figura central deste livro, conhecida especialmente através dos trabalhos de José Eduardo Franco sobre o "mito jesuíta" português). Mas esses jesuítas são também os perpetuadores de uma certa forma de cosmopolitismo, do qual a "República" do Paraguai, construída por uma Companhia jesuíta multinacional, pode ser considerada um emblema. É muito revelador que essa "República dos Jesuítas", que dá título a um dos mais célebres panfletos antijesuíticos do fim do século XVIII, seja também reivindicada como o berço da América pós-colonial - porque, constituída por todas as nações, não foi constituída por nenhuma, sendo somente "americana".
Text by Pol Hoste, Illustrations by Carolina Grilo
Sinopsis: Bluedarky and the walking walking tree is a beautifully illustrated children’s book about the ever lasting friendship between a bird and a tree in a splendid old garden. Bluedarky is a very special bird born high up in a tree called Alexandra. One day in autumn he decides to accompany the birds looking for warmer days abroad in winter time. But how is he going to leave Alexandra behind and what will happen when he is abroad for the first time? What happens to Alexandra when she tries to find him? Trees can’t walk, can they? At least this is what we think... Discover what friendship can realize.
Sinopse: Bluedarky e a Árvore que Anda é um livro infantil belissimamente ilustrado sobre a amizade duradoura entre um pássaro e uma árvore num esplêndido jardim antigo. Bluedarky é uma ave muito especial, nascido no alto de uma árvore chamada Alexandra. Um dia, no Outono, ele decide acompanhar os pássaros em busca de dias mais quentes no Inverno. Mas como vai ele deixar a Alexandra para trás e o que acontecerá quando ele estiver no exterior pela primeira vez? O que acontece com a Alexandra quando ela tenta encontrá-lo? As árvores não podem andar, ou podem? Pelo menos é isso que pensamos... Descubra o que a amizade pode realizar.
Autores: Roberto Acízelo de Souza e José Luís Jobim
Data de publicação: 2018
Sinopse: Conhecer, sinalizar e compreender os discursos dos outros sobre nós, e de nós sobre os outros, pode oferecer um interessante mapa de afetos e desafetos, uma espécie de GPS cultural dos estereótipos que nos ajuda a situar e orientar melhor no tempo e na História, particularmente nas "negociações frequentes" que temos de encetar para estabelecermos relações de parceria ou de antipatia. As representações de um país, de uma instituição, de um indivíduo são parte constituinte da sua História, da sua herança cultural. As representações mais ou menos estereotipadas que construímos sobre os outros, e que os outros elaboram sobre nós, funcionam como um jogo de espelhos, geradores de imagens deformadas. Mas essas visões desfiguradas são os olhos com que vemos e interpretamos a realidade. Ora, o exercício de fazer o mapa dos nossos afetos e desafetos, em que se funda muitas vezes a nossa visão do Outro, é fundamental para a compreensão das articulações históricas e para lançar luz sobre as relações do presente e os desafios do futuro. Assim, esta coleção que agora se inaugura nasceu de um projeto ambicioso, mas feito realisticamente em trabalho progressivo, para atender ao desafio de pensar Portugal e de contribuir para a reflexão crítica sobre a identidade deste país, construída, em boa parte, na sua relação com os outros povos, estabelecida durante o seu quase um milénio de História. Trata-se, efetivamente, de proporcionar um verdadeiro jogo de espelhos, aceitando observar Portugal a partir do olhar inscrito nos discursos culturais de outros países e, dentro de Portugal, das suas diferentes regiões.
Sinopse: O texto que se apresenta, da autoria de Yana Elenkova Andreeva, professora da Universidade de Sofia, foi elaborado ao abrigo do projeto Portugal em Jogo de Espelhos, mais especificamente para a parte dedicada ao tema Portugal segundo a Europa. O historial das referidas representações começa com a menção das primeiras notícias, na imprensa búlgara, dos acontecimentos históricos mais importantes que tiveram lugar em Portugal no início do século XX, bem como das primeiras referências acerca de literatura portuguesa em manuais escolares e universitários na Bulgária. No entanto, o primeiro estudo geral de aspetos geográficos, históricos, económicos, sociais e culturais, de autor búlgaro, é só publicado em finais dos anos 30 do século passado. Segue-se um período de desinteresse por problemáticas portuguesas, devido à Segunda Guerra Mundial, ao estabelecimento do regime socialista na Bulgária, em 1944, e à vigência, em Portugal, do Estado Novo, até 1974. Após o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, em 1975, interrompidas em 1945, assiste-se anum gradual e aprofundado interesse por Portugal: editam-se as primeiras obras de autores portugueses clássicos e contemporâneos; criam-se cursos de língua portuguesa; surgem, na imprensa búlgara, artigos, entrevistas e reportagens a retratar os processos democráticos em Portugal após o 25 de Abril.
Não faltam também estudos históricos da realidade portuguesa, com incidências em processos políticos e sociais do século XX, bem como a história das relações bilaterais entre Portugal e a Bulgária. De um modo geral, pode-se concluir que o presente trabalho, escrito numa linguagem clara e objetiva e cujo teor se baseia em importantes e numerosas fontes documentais, consegue, de modo sucinto e rigoroso, apresentar as diferentes etapas das representações de Portugal na Bulgária.
Sinopse: Suíça e Portugal, dois pequenos estados europeus que, à primeira vista, poucas ligações estabeleceram. Houve contactos anteriores ao século xx e alguma cooperação entre os dois países no período entre as guerras e até 1945. Portugal prestou serviços à Suíça durante a Segunda Guerra Mundial, autorizando, por exemplo, a utilização de portos, caminhos de ferro e estradas para transporte de produtos provenientes de fora da Europa. Mais tarde, os dois países foram parceiros no âmbito da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). Mas, numa abordagem superficial, são sobretudo os clichés que dominam o olhar mútuo: em Portugal, a Suíça é conhecida como país de emigração, enquanto que, para a Suíça, Portugal se define por praias e turismo. Contudo, o olhar recíproco é mais complexo e multifacetado. Concentrando-nos apenas no olhar suíço, tentaremos identificar essa complexidade. Abordaremos apenas alguns quadros, por forma a estabelecer um mosaico plural, mas não exaustivo, do olhar helvético para o país mais ocidental da Europa, voltado para o Atlântico, como é repetidamente descrito.