Meu Site
  • Início
  • Editora
  • Serviços
    • Edição e produção de conteúdos
    • Pareceres científicos
    • Organização de cursos e eventos
  • Catálogo
    • Obra Seleta Padre António Vieira
    • Catálogo digital
    • Livros Impressos
  • Fotografia
  • Contactos

As Viríadas do Doutor Samuda

Imagem
Autor: Manuel Curado

Editora: Imprensa da Universidade de Coimbra

ISBN: 978-989-26-0659-0

Preço: 25 euros

Categoria: Literatura

Sinopse: 
​Epopeia portuguesa setecentista inédita mas não ignorada, em décimas bem ritmadas, cujo autor, Isaac Samuda é um dos judeus de talento que o fantasma da Inquisição chegou a aprisionar por um tempo e ameaçava persegui-lo de novo, pelo que teve de emigrar.
Este poema é um paradoxo porque esperar-se-ia que, sendo o autor judeu e sendo também judeu o amigo que quis concluí-lo, estivesse aí exposta uma defesa da importância do Judaísmo para a história da Europa. Não há qualquer alusão a esse objectivo, nem nenhuma interpretação da história da Europa baseada nas Religiões do Livro. Por outro lado, sendo o assunto do poema o herói lusitano Viriato, que se notabilizou pela sua coragem em guerras contra os Romanos que tentavam anexar a Península Ibérica ao seu império, esperar-se-ia uma defesa das raízes pré-romanas da história da Europa. Nada disto acontece também. Pelo contrário, Samuda surpreende o leitor com uma defesa contraintuitiva das raízes greco-latinas da Europa. O seu herói é Viriato, e Viriato está em guerra sangrenta contra os Romanos. Apesar disto, Viriato está, pela mão de Samuda, completamente enamorado das conquistas civilizacionais de Roma e de Atenas. Em certo sentido, a guerra dele contra Roma é um pretexto para que Samuda reflita sobre a essência cultural da Europa, um pretexto magnífico certamente, porque exalta as virtudes humanas e militares do grande comandante de homens e povoa o seu desejo com as conquistas culturais do povo contra o qual combate.
Com a morte de Samuda, Jacon de Castro Sarmento apenas procurou um ponto final minimamente razoável para o poema. O seu contributo é pequeno estão em causa cinquenta e uma estrofes num poema com quase mil e quinhentas. Também Castro Sarmento encontra na vida de Viriato uma oportunidade para refletir sobre a essência da Europa. Se Isaac Samuda sublinhou os aspetos civilizacionais, Castro Sarmento irá refletir sobre as crenças religiosas dos Europeus, um assunto muito importante porque nunca irá desaparecer. Para castro Sarmento, a Europa já teve muitos deuses e panteões, e ele próprio se dedica a fazer,a propósito das crenças no tempo de Viriato, uma lista longa desses deuses e demónios. Porém, a espantosa semelhança dos muitos panteões que já povoaram o coração dos crentes europeus, com deuses de nomes diferentes mas com funções semelhantes, é um indício de uma aspiração a um deus dos deuses, a um deus desconhecido que não se pode nomear e representar. Para ele, a história da Europa estará muito mal contada, se a procura desse deus último e verdadeiro não for colocada em primeiro plano. É com este pensamento magnífico e ecuménico que encerra o poema.

Powered by Crie o seu próprio site exclusivo com modelos personalizáveis.
  • Início
  • Editora
  • Serviços
    • Edição e produção de conteúdos
    • Pareceres científicos
    • Organização de cursos e eventos
  • Catálogo
    • Obra Seleta Padre António Vieira
    • Catálogo digital
    • Livros Impressos
  • Fotografia
  • Contactos